Grana, tutu, cascalho, espécie, ganho, proveito, din-din, recursos, faz-me-rir; chame-o como quiser, o dinheiro tem importância, faz diferença.
Para alguns religiosos, no amor por ele está na raiz de todo o mal. A propósito das relações entre o amor e o dinheiro, existem homens, que não conseguem nunca ser amados por si mesmos, e apelam para a sedução do dinheiro.
Segundo Olavo Bilac, em seu ensaio o Dinheiro, Ser amado só por seu dinheiro, deve ser a desventura maior de quantas possam pesar sobre um homem. Mas afinal, o que há de fazer quem não tem beleza, nem mocidade nem graça. Afinal ninguém pode viver sem amor! E quem não pode obter de graça compra-o.
Imaginem um mundo sem dinheiro. Durante vários anos, os comunistas sonharam exatamente com isto. De acordo com Friedrich Engels e Karl Marx, o dinheiro era meramente um instrumento de exploração capitalista, substituindo todas as relações humanas, mesmo aquelas dentro das famílias.
Ainda assim, nenhum Estado comunista – nem mesmo Cuba, ou a Coréia do Norte – acharam prático dispensar o dinheiro. Exceto algumas tribos primitivas.
Em 2004, membros da tribo Nukak saíram caminhando inesperadamente da floresta amazônica na Colômbia. Era uma tribo que o tempo esqueceu, isolada do resto da humanidade até seu repentino aparecimento.
Subsistindo unicamente dos macacos que conseguiam caçar e das frutas que colhiam, eles não tinham o conceito de dinheiro. Tampouco possuíam a noção de futuro. Naqueles dias, eles viveram numa clareira perto da cidade, confiando sua sobrevivência aos alimentos doados pelo governo.
Quando lhes perguntaram em sua língua se eles sentiam falta da floresta, riram copiosamente. Depois de uma vida inteira de caminhadas penosas, durante dias inteiros, em busca de comida, eles estavam assombrados pelo fato de que pessoas estranhas estavam lhes dando tudo, sem lhes pedir nada em troca.
Viver sem Dinheiro? Quem o condena, chama-o de o grande corruptor e prostituidor das consciências. Alega que o dinheiro vale menos do que a saúde o amor. Concordo. Mas é possível imaginar tortura pior do que a falta de saúde e a falta de amor, quando ocorrem junto com a falta de Dinheiro? Segundo Olavo Bilac, o amor também corrompe.
Acho que o dinheiro não é criminoso. Assim como o punhal não é assassino, nem o “pé-de-cabra” é ladrão. Assassino é o homem que maneja a adaga. O Dinheiro pode curar ou matar, conforme a boa ou má intenção de quem o utiliza.
O dinheiro também compra o orgulho. O tempo e o desejo de reparação de tempo perdido faz com que as pessoas mudem. Discursos do tipo, “não quero saber de nada”, com o tempo, mudam para discursos do tipo “apenas quero o que é meu”.
Pessoas que conviveram vários anos juntos apenas passam a se conhecer realmente, quando o assunto é falta, ou sobra de dinheiro. Famílias que perdem seu patriarca, quando vão tratar da partilha de bens, é que finalmente seus membros vão passar realmente a se conhecer, às vezes, cortando relações futuras para sempre. Relações trabalhistas também não são diferentes, todo o funcionário, ou todo o patrão é bom, até o momento em que deixa de ser, quando o assunto é dinheiro.
Será que nós, ou será que qualquer ser humano inteligente ficaria satisfeito só em viver, mesmo diante da garantia que jamais passaria necessidades físicas?
É óbvio que há certos desejos espirituais e intelectuais (nossa missão é encontrá-los) que precisam ser satisfeitos para que o indivíduo e, por conseguinte a humanidade progrida. Ainda que todos tenham no almoço um pedaço de carne para comer, como defendem alguns demagogos políticos.
Aproveito para convidar a assistir um vídeo que trata sobre este assunto, o nome é “The Black Hole“. Clique aqui e assista o vídeo!
Uma excelente semana a todos!
Ivo Ricardo Lozekam
Email e MSN: ivoricardo@terra.com.br
Consultor de Empresas na Área Tributária
Membro do IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário
Gostei muito do texto,vou usá-lo na elaboração de uma prova.