Como já é de praxe, nós brasileiros deixamos as nossas “prioridades” para serem resolvidas no limite do prazo estabelecido! Mas com relação ao assunto de adaptar o atual sistema de gestão pela qualidade para a nova versão da ISO 9001, ou seja, a 2008, não podemos manter este péssimo hábito, concorda?
Aproveitando gostaria de publicar um post de autoria do Hayrton Rodrigues do Prado Filho, no qual ele alerta para este fato e apresenta de forma clara e objetiva quais são a principais mudanças contidas nesta nova versão, a ISO 9001:2008.
Então vamos lá … para aquelas empresas que ainda não fizerem a adaptação, estamos em contagem regressiva!
Post do Hayrton Rodrigues do Prado Filho:
Publicada no dia 14 de novembro de 2008, a ISO 9001 está implementada em organizações dos setores privados e públicos. As empresas adotaram esse tipo de certificação para ampliar a confiabilidade dos produtos ou serviços fornecidos aos seus parceiros de negócios ou na seleção de fornecedores da cadeia de fornecimento.
A ISO e a International Accreditation Fórum (IAF) elaboraram um plano visando uma transição gradual para a NBR ISO 9001:2008. A versão 2008 da NBR ISO 9001 não contém nenhum requerimento novo e recebeu esclarecimentos sobre os requerimentos existentes na NBR ISO 9001:2000, baseados nos oito anos de experiência da sua implementação em todos os países, além de buscas para a ampliação de práticas comuns. A certificação segundo a NBR ISO 9001:2008 pode ser efetuada depois da sua publicação e após auditoria de acompanhamento ou recertificação. Os certificados emitidos antes da publicação permanecerão válidos por um ano. Após 24 meses, ou seja, em 14 de novembro de 2010 qualquer certificado emitido segundo a NBR ISO 9001:2000 perderá sua validade.
As principais alterações da ISO 9001:2008:
0.1 Generalidades
Esclarece a questão da conformidade com os requisitos regulatórios e estatutários, que deverão ser atendidos quando se referem ao produto ou serviço, ou seja, o resultado do processo.
1. Escopo
Reforço na preocupação com o atendimento a requisitos regulamentares e estatutários para o produto, que não é somente o produto intencional, mas abrange o produto adquirido e o resultante dos estágios intermediários da produção.
3. Termos e Definições
Foi eliminada a definição fornecedor X organização X cliente.
4.1. Requisitos Gerais
O texto ficou mais explicativo, além de permitir que as organizações definam os controles a serem aplicados aos processos terceirizados. O uso do requisito 7.4 como controle aos processos terceirizados.
4.2 Requisitos de Documentação
Melhoria no entendimento e liberdade para as organizações definirem os documentos e registros necessários para garantir a eficácia dos seus processos, além dos já requeridos pela norma. Eliminação da letra g e na subcláusula 4.2.3, ficou definido que os documentos de origem externa que devem estar sob controle são os necessários par o planejamento e operação do SGQ. O item 4.2.4 – controle de registros foi completamente revisado, e estipulou-se que os “registros estabelecidos para fornecer evidência de conformidade com os requisitos e da efetiva operação do SGQ devem ser controlados”.
6.2.2 Competência, Treinamento e Consciência:
Significativamente alterado com relação a foco na atividade de treinamento, e entendido agora como condição para necessário para chegar às competências necessárias, com determinação das competências necessárias para o pessoal que afeta a conformidade com os requisitos do produto, certificando-se de que as competências necessárias foram atingidas. Eliminada a avaliação de eficácia dos treinamentos, focando o como se atingir as competências.
6.3 Infraestrutura:
Inclusão de mais um exemplo dentro da letra c) Serviços de apoio como sistemas de informação.
6.4 Ambiente de Trabalho:
Incluída nota: O termo ambiente de trabalho relaciona-se às condições necessárias para atingir a conformidade com os requisitos do produto tais como salas limpas, precauções anti-estática e controles de higiene.
7.2.1 Determinação dos Requisitos Relacionados ao Produto:
Também foi incluído uma nota para esclarecimento: Atividades de pós-entrega podem incluir ações durante o período de fornecimento de garantia, obrigações contratuais tais como serviços de manutenção, serviços complementares como reciclagem ou disposição final.
7.3.1 Planejamento de Projeto e Desenvolvimento:
Feito esclarecimento: “Análise crítica, verificação e validação de projeto têm propósitos distintos. Eles podem ser conduzidos e registrados separadamente assim como em qualquer combinação adequada ao produto e à organização”.
7.3.3 Saídas de Projeto:
Pequena mudança na redação do texto para “as saídas de P&D devem estar em um formato adequado para verificação contra as entradas de P&D”, além de: “fornecimento de serviços inclui preservação do produto”.
7.5.2 Validação de Processos:
Foram incluídas duas notas relevantes:
Nota1: Para muitas organizações de serviços, o serviço fornecido não permite a imediata verificação antes da entrega. Estes tipos de processos deveriam ser considerados e identificados durante o estágio de planejamento (ver 7.1).
Esta nota reflete uma interpretação sancionada da ISO atual que traz como exemplo a venda de balcão como um destes processos.
Nota 2: Processos tais como soldagem, esterilização, treinamento, tratamento térmico, serviços de call center ou atendimento de emergências podem requerer validação.
7.5.3 Identificação e Rastreabilidade:
Foi esclarecido que a organização deve identificar a situação de inspeção do produto por toda a realização do produto.
7.5.4 Propriedade do Cliente:
Esclarecido em nota que dados pessoais também são propriedade do cliente.
7.6 Controle de Equipamentos de Medição e Monitoramento:
Foi esclarecido que o equipamento deve estar identificado para permitir que a sua situação de calibração seja conhecida.
Inclusão de duas notas: Equipamentos de medição incluem equipamentos para medir ou monitorar que são usados para monitorar conformidade com requisitos; e Confirmação da habilidade de software de computador em satisfazer a intenção de uso incluiria o gerenciamento de sua configuração e verificação para manter sua adequação ao uso.
8.2.1 Satisfação do cliente:
Como uma das medições do desempenho do sistema de gestão da qualidade, a organização deve monitorar informações relativas à percepção do cliente sobre se a organização atendeu aos requisitos do cliente. Os métodos para obtenção e uso dessas informações devem ser determinados.
8.2.2 Auditoria Interna:
Foi incluída a obrigatoriedade de manter registros da auditoria e de seus resultados.
8.2.3 Medição e Monitoramento dos Processos:
Foi incluído uma nota para esclarecer que o tipo de monitoramento a ser aplicado depende do impacto do processo no atendimento aos requisitos do produto na eficácia do SGQ.
8.3 Controle de Produto não Conforme:
Foi incluída a letra d) que requer que, quando praticável, a organização deve tomar as ações apropriadas aos efeitos ou potenciais efeitos de uma não conformidade detectada após a entrega ou uso do produto.
8.5.2 e 8.5.3 Ação Corretiva e Ação Preventiva:
Foi esclarecido que análise de ação corretiva e preventiva refere-se à análise da eficácia de tais ações.
Anexo A:
Traz uma correlação entre os requisitos da norma ISO 9001:2000 e ISO 14001:2004.