Baseando-se na lei da física, que diz que “dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo”, posso afirmar que esta premissa não é adequada quando se pensa em integrar os critérios do PGQP (Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade) e do Programa QUALI-MT com os requisitos da ISO 9001! O PGQP e Programa QUALI-MT, desenvolvidos a partir dos critérios do MEG (Modelo de Excelência da Gestão), e ISO 9001 podem “conviver” de forma harmoniosa nas empresas / organizações.
Meu principal objetivo, com este “post”, é fazer uma análise comparativa dos três “sistemas” com a finalidade de fornecer uma visão abrangente às empresas / organizações que possuem um dos “sistemas” e pretendem implementar o outro, ou até mesmo para aquelas que pretendem implementar os dois ao mesmo tempo, como é o caso de algumas empresas / organizações que já atendi ou estou atendendo em projetos de consultoria.
Minha primeira experiência que comprova esta “nova lei da física” aconteceu quando estava implementando os requisitos da ISO 9001 em uma empresa / organização que já possuía a cultura dos 8 princípios da gestão pela qualidade, participando do processo de avaliação interna / externa do PGQP.
A empresa chama-se Indústria Gráfica Sul Ltda., cujo nome fantasia é Gráfica Rex, sendo que esta história aconteceu em 1997.
No término do projeto de implementação dos requisitos da ISO 9001, esta empresa conquistou a medalha de bronze do PGQP, confirmando a quebra desta “antiga lei da física”!
A estruturação dos requisitos da ISO 9001 foi baseada em oito princípios de gestão pela qualidade, que podem ser utilizados pela alta direção para conduzir a organização à melhoria do seu desempenho. A seguir, esses princípios são apresentados:
Princípios de gestão pela qualidade
- Foco no cliente;
- Liderança;
- Envolvimento de pessoas;
- Abordagem de processo;
- Abordagem sistêmica para a gestão;
- Melhoria contínua;
- Abordagem factual para a tomada de decisão, e;
- Benefícios mútuos nas relações com fornecedores.
Os critérios propostos pelo PGQP e do Programa QUALI-MT são frutos de muitos anos de aplicação e refinamento dos sistema, em inúmeros países. Foi inicialmente criado nos Estados Unidos da América durante a década de 80, como uma forma de estimular as organizações americanas a reagirem contra a ameaça japonesa. O atendimento a uma série de requisitos dava direito às organizações que se destacaram, a receberem uma premiação que recebeu o nome de Malcolm Baldrige, nome do senador americano que propôs a criação do prêmio, servindo de estimulo para a estruturação de diversos prêmios em vários países. Aqui no Brasil, a abertura de mercado nos anos 90, fez com que as empresas tivessem uma grande necessidade de profissionalização, fazendo com que o governo criasse o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade (PBQP). Nesta época estruturou-se a Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade, difundindo no Brasil os critérios de excelência, baseado fortemente no modelo americano. O Prêmio Nacional da Qualidade estimulou a criação de prêmios regionais e diversos estados, e hoje, a grande maioria desses prêmios (senão todos) estão inseridos no modelo proposto pela Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade, como é o caso do PGQP e do PROGRAMA QUALI-MT.
Da mesma forma que os requisitos da ISO 9001 se sustentam em princípios, os critérios do modelo de excelência se sustentam em fundamentos que podem ser evidenciados em organizações de elevado desempenho e que são líderes de Classe Mundial. A seguir, esses fundamentos são apresentados:
Fundamentos da excelência
- Visão sistêmica;
- Aprendizado organizacional;
- Agilidade;
- Inovação;
- Liderança de constância de propósitos;
- Visão de futuro;
- Foco no cliente e no mercado;
- Responsabilidade social;
- Gestão baseada em fatos;
- Valorização das pessoas;
- Abordagem por processos, e;
- Orientação por resultados.
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