Segundo o psicanalista David E. Zimerman, no livro Psicanálise em Perguntas e Respostas, Verdades, Mitos e Tabus, certo narcisismo faz parte da etapa evolutiva de todo ser humano podendo se prolongar ao longo de toda vida com características absolutamente normais e sadias, porquanto estão representando um bom nível de autoestima, uma expressão de a pessoa gostar de si mesma uma vaidade e um orgulho próprio pelo reconhecimento de seus valores e progressos reais. Em contrapartida, existe uma alta probabilidade de que as manifestações narcisistas fiquem tão exacerbadas que adquiram uma característica patológica, com transtornos no pensamento e na conduta, como retratam os seguintes aspectos:
Acentuado egocentrismo do sujeito: tudo e todos devem girar em torno do “seu umbigo”.
Dificuldades em ter consideração e amor pelas outras pessoas: o narcisista somente ama a quem o ama de forma incondicional.
O orgulho normal se transforma em arrogância e prepotência.
A tolerância à frustração é baixíssima.
No entanto, os transtornos narcisistas podem se manifestar por outra faceta: a de uma fragilidade tal que qualquer frustração deixa o sujeito aniquilado; a autoestima dele é altamente instável, de modo que oscila rapidamente de um polo para outro (sou o melhor ou sou o pior; sou o mais bonito ou sou o mais feio, etc.).
Em relação ao tratamento psicanalítico, com alguns pacientes, a análise fracassa porque o narcisismo exagerado os leva a provar que nem a análise e muito menos o analista conseguem algo com ele (na base do “comigo ninguém pode”). Entretanto, outros pacientes com transtorno narcisista de personalidade que têm uma parte de seu psiquismo disposta a fazer mudanças, às vezes, conseguem resultados analíticos altamente gratificantes.
A caracterização da personalidade narcisista, apresentada por David E. Zimerman nos auxilia a compreender melhor o perfil psicológico dessas pessoas e sua dinâmica de funcionamento, tanto para identificação de um possível quadro patológico quanto para o manejo com esses indivíduos que, muitas vezes, fazem parte do nosso convívio, seja no âmbito do trabalho, na família e/ou nas relações sociais.
Geralmente identificamos um narcisista quando este não aceita ser contrariado, demonstrando expressiva dificuldade para lidar com a diversidade de opiniões e com as diferentes escolhas que as pessoas podem fazer. Mostram-se muito aborrecidos quando um pensamento ou atitude contrária à deles se faz presente. Eles tentam mascarar sua dificuldade através de uma crença mística ou religião. Assim, os narcisistas encontram uma justificativa para o seu insucesso nas relações, normalmente projetando ou transferindo sua incapacidade para os outros. O exemplo: as outras pessoas é que fracassam em atender às suas expectativas. São, para o narcisista, de pouca inteligência ou de pouca confiabilidade.
O ponto fraco do narcisista é, portanto, a dificuldade em estabelecer vínculos reais, baseados numa relação que denominamos de mão dupla, onde a empatia se mostra presente numa postura de respeito e consideração ao outro. Assim, as relações para o narcisista normalmente se mostram superficiais, baseadas numa avenida de mão única, onde as principais manobras acontecem por meio do poder de manipulação e persuasão, ou pelo poder de coerção e intimidação. Se você pensar e agir diferentemente da vontade de um narcisista, prepare-se: será imediatamente descartado!
Para aqueles que convivem com pessoas narcisistas, a dificuldade está em preservar sua individualidade, seus interesses e motivações. Todo narcisista se mostra invasivo e dominador. E normalmente se relaciona com pessoas que possuem baixa autoestima (ou o contrário, dependendo da sua dinâmica psicológica) para poder exercer fascínio e domínio sobre elas. Muitos narcisistas apresentam uma atuação perversa na medida em que não pensam duas vezes se suas manobras poderão ferir ou magoar a pessoa “amada”. Existe um único grande amor para o narcisista: o seu próprio espelho. E todo espelho que refletir outra imagem, que não a dele, será substituído com frieza e falta de pudor. Colocar-se no lugar do outro? Para o narcisista é algo que não condiz com a sua capacidade. Por isso muitos não se tratam, porque não se veem com nenhuma limitação e não percebem que essa autoestima exacerbada pode lhes trazer sério prejuízo. O que ocorre frequentemente é o fato daqueles que convivem com esta personalidade precisarem de ajuda psicológica para aprender a se preservar e a preservar o seu espaço, sem se deixar afetar negativamente por este funcionamento.
Nossa estou vendo uma pessoa exatamente assim !!!!
Vocês descrevem com total clareza que parece que conhecem ela.
Parabéns !
Eu amei !
Agora sei como lidar com ela.
Obrigada
Regina
interessante isso…faltou dizer que pessoas com transtorno narcisistas so andam com pessoas pelos quais elas acham ‘especiais’ pois elas se veem do tipo e tem outras coisas como se achar o unico perfeito,unico pela qual pode ser compreendido etc falo isso por ser do tipo ;)…