Continuando o artigo publicado na segunda-feira passada:
Então, o que poderíamos considerar saudável e patológico no uso da Internet? Não podemos considerar patológica a pessoa que passa 8 horas navegando pela Internet em busca de conhecimentos, trabalhando, pesquisando, etc. Também não podemos considerar patológica a pessoa que, vivendo a sós, dedique maior tempo à Internet que outra que viva em companhia da família, assim como estudantes que passam a maior parte do dia pesquisando em vésperas de prova e assim por diante. Muito mais importante que o número de horas na Internet, importa saber por que a pessoa fica tantas horas on-line, em busca do quê e com que propósito.
Contudo, segundo a Doutora Kimberly Young da Universidade de Pittsburg, criadora do Center for On-Line Addictiom, a qual estabeleceu uma série de critérios para diagnosticar o Transtorno de Adicção à Internet: “a adicção à Internet é uma dificuldade no controle de seu uso, que corresponde ao que já conhecemos como dificuldade no controle dos impulsos, e que se manifesta como um conjunto de sintomas cognitivos e de conduta. Tais sintomas são conseqüentes ao uso excessivo da Internet, o que pode acabar gerando uma distorção de seus objetivos pessoais, familiares ou profissionais”.
Assim, a adicção à Internet deve ser considerada uma adicção especificamente psicológica (ou comportamental), assim como a adicção ao sexo, às compras, ao trabalho, aos jogos, e mesmo à televisão, tendo em vista características comuns à esses tipos perda do controle, tais como eventual síndrome de abstinência, uso excessivo, forte dependência psicológica, interferência na vida cotidiana, perda de interesse por outras atividades, etc. Em resumo, tal como em outras dependências, no uso compulsivo à Internet existe uma absoluta necessidade de realizar essa atividade e, em não se levando a cabo, experimenta-se ansiedade em níveis elevados.
Supostas Conseqüências do Uso Compulsivo da Internet:
- Mudanças drásticas nos hábitos de vida a fim de ter mais tempo para conectar-se.
- Diminuição generalizada da atividade física.
- Descaso com a saúde própria em conseqüência da atividade na Internet.
- Afastamento de atividades importantes a fim de dispor de mais tempo para permanecer conectado.
- Privação ou importantes mudanças do sono a fim de dispor de mais tempo para permanecer conectado.
- Negligência a respeito da atenção à família e amigos.