O Fluxo de Caixa na Gestão Financeira (Por Volnei F. de Castilhos)

cash_flowPara o bom andamento de qualquer negócio, a saúde financeira é o ponto primordial para o sucesso. Saber vender, ter uma boa política de crédito, calcular o preço de venda correto e planejar a gestão financeira é essencial e para isso toda a empresa precisar ter um fluxo de caixa.

O que é o Fluxo de Caixa?

O Fluxo de Caixa é o instrumento essencial para a administração do disponível e sucesso da empresa, em termos de planejamento e controles financeiros. É o instrumento mais preciso e útil para levantamentos financeiros a curto e longo prazos. Essa ferramenta permitirá a um pequeno, médio ou grande empresário ter uma visão clara da época em que ocorrerão os recebimentos e pagamentos de caixa, através da projeção das entradas e saídas, decorrentes da atividade operacional da empresa para o período desejado.

Para honrar suas obrigações com terceiros, o empresário precisa saber se na data do vencimento terá dinheiro disponível para saldar o compromisso. O gestor financeiro no dia a dia estará voltado para o disponível, ou seja, os saldos de caixa, bancos, aplicações financeiras e para suas exigibilidades (pagamentos de fornecedores, salários, impostos e demais obrigações).

O fluxo de caixa consiste na representação dinâmica da situação financeira de uma empresa, considerando todas as fontes de recursos e todas as aplicações em itens do ativo. É o instrumento de planejamento financeiro que corresponde às estimativas de entradas e saídas de caixa em certo período de tempo projetado.

Entre os objetivos básicos do fluxo estão:

  • Facilitar a análise e o cálculo na seleção das linhas de crédito a serem obtidas junto às instituições financeiras;
  • Programar os recebimentos e pagamentos de caixa de forma criteriosa, permitindo determinar o período em que ocorrerá a carência de recursos ou quando haverá sobras para poder aplicar no mercado financeiro;
  • Permitir o planejamento de desembolsos de acordo as melhores datas de recebimentos de recursos;
  • Proporcionar a comunicação entre os vários departamentos da empresa para verificar a melhor hora de fazer gastos ou investimentos;
  • Planejar as necessidades nos períodos de atividades sazonais da empresa;
  • Fixar o nível de caixa, em termos de capital de giro;
  • Auxiliar na análise dos valores a receber e estoques, para que se possa julgar a conveniência em aplicar nesses itens ou não;
  • Estudar um programa saudável de empréstimos ou financiamentos, e;
  • Analisar a viabilidade de serem comprometidos os recursos pela empresa.

Causas da falta de recursos nas empresas:

  • Expansão descontrolada das vendas, implicando um maior volume de compras e custos pela empresa;
  • Insuficiência de capital próprio e utilização de capitais de terceiros em proporção excessiva, em conseqüência, aumentando o grau de endividamento da empresa;
  • Ampliação exagerada dos prazos de vendas pela empresa, para conquistar clientes;
  • Aquisições de compras em volume desproporcional ao volume de vendas projetadas, exigindo maiores disponibilidades de caixa;
  • Diferenças acentuadas nos prazos de recebimentos e pagamentos em função dos prazos de vendas e compras;
  • Baixa rotação dos estoques e nos processos de fabricação;
  • Altos custos financeiros com bancos devido a falta de planejamento, aumento de inadimplência  ou descontrole nos gastos;
  • Custo fixo desproporcional a estrutura da empresa,e;
  • Financiamento de imobilizados com recursos do capital de giro da empresa.

Em mais uma crise de Mercados Internacionais a palavra de ordem foi “CAIXA FORTE e CORTAR CUSTOS sem REDUZIR INVESTIMENTO”.  Como estamos se aproximando do final do ano novamente, no período em que estamos revisando nossos planejamentos, precisamos pensar em fortalecer o FLUXO DE CAIXA para 2010.

Fico à disposição de vocês!

Volnei Ferreira de Castilhos

Mestre em Finanças (UFRGS)

Professor da Fundação Getúlio Vargas

Consultor Financeiro

volneifc@terra.com.br

As lições da Crise (Por Volnei F. de Castilhos)

interrogacao

A crise gerou oportunidades?

Estamos iniciando o mês de setembro e qual foram as lições de mais uma crise?

  • Falávamos que o Caixa era o Rei! As empresas precisam ter um valor de capital de giro próprio para conseguir sair bem crise (vide artigo anterior, clicando neste link).  Mas, é somente nos períodos de crise que precisamos se preocupar com os nossos recursos?
  • Que Gestão de Pessoas tinha que ser estratégico. As pessoas nos ajudariam a pensar em alternativas para as vendas.  Pensemos só na crise que as pessoas precisam se preocupar com o talento humano ?
  • Que todos precisavam criar, reter e fidelizar CLIENTES. O Cliente é o Rei! Quer dizer que antes o cliente não era importante?  Que lá nas nossas empresas continuávamos atendendo mal e tudo bem.
  • Que vai sobreviver quem somente INOVA. Certo, mas nos planejamentos estratégicos as verbas para criar e melhorar os produtos atuais não eram importantes.
  • Que não poderíamos esquecer da Qualidade. Mas qualidade não precisa ser revisado diariamente nas empresas?  Sem qualidade não há clientes interessados em comprar nossos produtos. Os nossos colaboradores precisam estar preocupados em melhorar os processos e ter QUALIDADE SEMPRE, não somente nos momentos de crise. Mas o que fazer?  Quem não tem um programa formalizado o que fazer?  Busque um bom consultor. Às vezes dizemos que temos condições de fazermos sozinho, mas a prática mostra que num primeiro momento o profissional de fora é isento e as cobranças serão feitas com datas e planos de ações.
  • E os nossos custos?  Bom, custos como as áreas acima é estratégico. Você imagina estar aumentando faturamento e não estar sobrando dinheiro no caixa da empresa?  Além de controlar os custos internos, na formação do preço de venda, não podemos errar, pois o dinheiro da venda mal calculado gera falta de caixa.
  • Inadimplência Controlada.  Bom, isso significa que quando não tem crise podemos vender sem ter uma preocupação em avaliar bem a concessão de crédito.
  • E o Marketing?   Pode ser bem usado sempre. Quem são nossos clientes, qual  nosso foco?
  • Existe gestão sem uma boa Contabilidade?  Por que muitas empresas olham a Contabilidade somente para fins fiscais e deixam de aproveitar a contabilidade como instrumento de gestão. Não se esqueça de ter bons controles internos. Faça Planejamento Tributário.
  • E nossos investimentos em tecnologia, produtos novos e melhores processos?  Sabemos que é uma empresa é um conjunto de boas idéias e investimentos permanentes em melhorar tudo sempre.
  • A crise passou!  As lições de quem acompanhou as crises das décadas de 80, 90 e a década atual, e a crise que está chegando ao fim, foi a pior de todas?  A atual crise de confiança Internacional dos mercados foi maior que a das décadas de 80, considerada a década perdida.
  • A atual crise gerou muitas oportunidades de Mercado. Mas antes de tudo não deixe para reavaliar a sua empresa e estar pensando sempre em treinar suas pessoas, motivá-las, conquistá-las e tratá-las como colaboradoras. Quando sua empresa estiver superada a CRISE, busque CRIAR, PENSAR NO FUTURO, PLANEJAR e conquistar novos mercados.
  • Não esqueçamos agora de PLANEJAR mais, fale mais com seus funcionários, quando trabalhar a atualização do seu Planejamento Estratégico para 2010, veja o mercado sempre com bons olhos e ele é nos ajuda a REPENSAR NOS EMPRESAS DIARIAMENTE.

Fico à disposição de vocês!

Volnei Ferreira de Castilhos

Mestre em Finanças (UFRGS)

Professor da Fundação Getúlio Vargas

Consultor Financeiro

volneifc@terra.com.br

Tempo não é dinheiro (Por Christian Barbosa)

timeismoney_thumbContrariando a máxima do capitalismo, tempo não é dinheiro. Se fosse, qualquer desempregado seria extremamente rico. Mas também dinheiro abundante não é sinônimo de riqueza. A utilidade que você tira do seu tempo e do seu dinheiro é que determinam o quão rico você é, ou qual a verdadeira prosperidade você possui.

A sinergia entre tempo e dinheiro é tão grande que dificilmente você conseguirá ter um sem o outro de forma equilibrada. Ou seja, para aproveitar seu dinheiro você precisa de tempo e para ter tempo você precisa de dinheiro. Isso não significa a conquista de um sonho utópico, ou ganhar na loteria. Significa que você se prontificou a aprender como usar melhor seu tempo e seu dinheiro, para gerarem prosperidade. Independente do tempo e do dinheiro disponível atualmente.

Esse é o pressuposto que defendemos e comprovamos no livro Mais Tempo Mais Dinheiro, que escrevi em parceria com o Gustavo Cerbasi (Casais Inteligentes Enriquecem Juntos).

Defendemos o conceito de que a vida é vivida basicamente em “ciclos pessoais”, que são o modo como escolhemos e decidimos levar nossa vida. Esses ciclos podem ser visualizados na imagem de uma espiral, como um amortecedor de carro. Essa espiral pode ser ascendente (prosperidade), descendente (frustração) ou contínua no mesmo ponto (sobrevivência).

O Ciclo da Prosperidade compreende as pessoas que dão resultados, que sabem usar bem seu tempo, conseguem fazer o dinheiro render e aumentar, usam técnicas de planejamento para tempo e finanças e vivem de forma sustentável em todos os seus papéis.

O Ciclo da Frustração tem sentido descendente e compreende as pessoas que não conseguem ter tempo para nada, vivem cheias de problemas financeiros, pagam juros aos bancos, vivem atrasadas em suas atividades e o estresse é parte integrante da vida.

O Ciclo da Sobrevivência é quando o círculo se estaciona em alguma posição da espiral da vida e a pessoa literalmente, “corre atrás do próprio rabo”. Muitas vezes ela se conforma em apenas sobreviver. Em ter dinheiro suficiente para pagar suas contas, em permanecer estacionados em sua carreira, em seu tempo ser mal utilizado na maioria das vezes.

O propósito de uma vida equilibrada e com resultados é entrar na espiral da prosperidade e nunca mais sair dela. E isso depende de alguns fatores, mas principalmente da sua auto-análise em descobrir o ciclo que se encontra e de vontade para operar mudanças na sua vida.

Tempo e Dinheiro são grandezas que quando bem utilizadas fazem a diferença na sua vida, da sua família e das pessoas que estão ao seu redor. Não é sorte, mágica ou utopia. É metodologia, treinamento, persistência e planejamento colocados em prática no seu dia-a-dia!

Que tal começar analisando em qual espiral sua vida se encontra?

Clique aqui e faça o teste.

Você realmente sabe administrar o seu negócio? (Por Volnei F. de Castilhos)

Dando continuidade ao post anterior, segue o primeiro artigo, publicado, do Volnei Ferreira de Castilhos.

imagesPara que a empresa obtenha o tão desejado sucesso, além de ter um bom produto, possuir diferenciais competitivos, investir em pessoas, ter um foco definido no mercado em que irá atuar, é necessário que ela possua bons controles. Infelizmente, grande parte dos empresários – sejam os que já estão no mercado ou os que estão abrindo um negócio – acredita que basta uma boa idéia e capital para investir. Que por ser um pequeno empreendimento não há a necessidade de um planejamento estratégico ou de uma boa contabilidade para tomar decisões.

E este é o maior equívoco (prova disso é que uma recente pesquisa do SEBRAE revela que metade das micro e pequenas empresas fecham antes mesmo de completar dois anos). Independentemente do tamanho da empresa, o planejamento é essencial para a manutenção e crescimento do negócio.

Algumas recomendações e sugestões de relatórios e controles para organizar as finanças da empresa:

1)     Ter uma política de concessão de crédito nas vendas a prazo, bem definida;

2)     Agilidade para acompanhar e cobrar os recursos das vendas a prazo que estão em atraso;

3)     Possuir um relatório de controle de contas a receber;

4)     Ter um relatório de inadimplência, contendo os dias de atraso por faixas de valores;

5)     Desenvolver um relatório de duplicatas a pagar;

6)     Controlar o tempo que demora em vender todos os estoques;

7)     Ter um planejamento de compras em sintonia com as metas de vendas;

8)     Fazer levantamentos periódicos no inventário, com objetivo de prevenir fraudes, desvios, roubos e não manter estoques desnecessários;

9)     Ter relatórios que determinem o valor justo do preço de venda;

10)  Apurar corretamente os custos da empresa;

11)  Separar os custos da empresa em variáveis e fixos e observar suas evoluções mensais;

12)  Acompanhar a evolução dos custos fixos em relação à evolução do faturamento da empresa;

13)  Acompanhar a evolução das despesas operacionais da empresa;

14)  Ter relatórios que mostrem a margem de contribuição dos produtos;

15)  Ter uma boa contabilidade gerencial para tomada de decisão;

16)  Avaliar o impacto dos Custos Financeiros nas operações da empresa;

17)  Não fazer nenhum investimento sem verificar o comportamento e a disponibilidade financeira da principal ferramenta da Gestão Financeira das Empresas: o Fluxo de Caixa.

18)  Usar recursos de longo prazo para investimentos em construção e imobilizados com o objetivo de não sacrificar o capital de giro da empresa.

Dica de Livro: Guia Prático de Administração Financeira – Robert Assef – Editora Campus

Volnei Ferreira de Castilhos: volneifc@terra.com.br

Novo colunista, Volnei Ferreira de Castilhos!

A partir deste post, estaremos publicando todas as quartas-feiras, os artigos do Volnei Ferreira de Castilhos, a seguir apresentamos o seu Mini-CV:

  • Contador, Pós Graduado pela Fundação Getúlio Vargas, Mestre em Finanças pela UFRGS;
  • Atualmente é Professor da Fundação Getúlio Vargas;
  • Foi Professor da Universidade de Caxias do Sul – UCS por 13 anos;
  • Consultor de Empresas nas áreas:  Financeira, Planejamento, Controladoria, Profissionalização de Empresas Familiares e Reestruturação de Empresas;
  • Consultor de Finanças Pessoais;
  • Auditor do CDL de Caxias do Sul;
  • Foi Gerente Administrativo-Financeiro e Controller de empresas de médio e Grande Porte em Caxias do Sul, e;
  • Membro do Conselho Fiscal da Sociedade Criança Feliz.

Segue a conta de e-mail do Volnei Ferreira de Castilhos: volneifc@terra.com.br