A educação de qualidade em todos os níveis – básico, superior e profissional – é fundamental para a competitividade das empresas brasileiras. A conclusão é da pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 275 líderes empresariais de todo o país entre 23 de novembro e 2 de dezembro deste ano.
Em pesquisas realizadas pela CNI sobre problemas que afetam a indústria, essa foi a primeira vez que os empresários apontaram a educação como o principal fator para o aumento da competitividade brasileira. Com nota média de 7,08, a educação ficou à frente de outros quesitos, como tributação (nota 6,6), infraestrutura (6,0) e inovação (5,29).
Ao colocar a educação em primeiro lugar, a pesquisa confirma o consenso dos debates promovidos pela CNI com líderes empresariais e acadêmicos para a construção do Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022. O documento, que deve ser concluído em março, mostrará qual o caminho que a indústria, o Brasil e o mundo percorrerão na próxima década. Apontará as tendências da economia internacional e as condições necessárias para que a indústria brasileira ganhe musculatura e chegue a 2022, ano em que se comemora o bicentenário da Independência, forte, dinâmica e com elevada participação do mercado internacional.
Conforme o diretor de Políticas e Estratégias da CNI, José Augusto Fernandes, o alvo do Mapa 2013-2022 são os fatores que afetam a competitividade da indústria brasileira. Entre esses fatores estão a qualidade da educação, a inovação, o desenvolvimento tecnológico, as condições das estradas, dos portos e aeroportos e os custos dos financiamentos.
“Com foco na competitividade da indústria, o novo Mapa orientará as ações do Sistema Indústria”, afirma Fernandes. Ele explica que, para cada objetivo do Mapa serão apontadas as ações necessárias para o país e as empresas alcançarem a meta. A proposta é estabelecer uma agenda focada em iniciativas sobre as quais o Sistema Indústria tenha capacidade de influenciar.
Consulta aos líderes industriais – O Mapa Estratégico 2013-2022 consolidará os resultados dos debates de quatro painéis temáticos com especialistas nas áreas de financiamento, integração internacional, segurança jurídica e burocracia e meio ambiente, as sugestões dos integrantes do Fórum Nacional da Indústria, dos 12 Conselhos Temáticos e dos dirigentes da CNI. Também agregará as propostas e avaliações de líderes sindicais e empresariais que participam do Encontro Nacional da Indústria (ENAI), promovido anualmente pela CNI.
A nova edição do documento revisará e atualizará os objetivos, metas e programas do Mapa Estratégico 2007-2015, que a CNI apresentou à sociedade em abril de 2005. Naquele ano, o documento apontava a trajetória que a indústria e o país deveriam seguir para que o Brasil fosse reconhecido em 2015 como uma economia competitiva, inovadora e base de uma das principais plataformas industriais do mundo. O acompanhamento periódico dos indicadores do Mapa identificou os avanços e os retrocessos do país no caminho do desenvolvimento sustentado.
Esse acompanhamento mostra, por exemplo, que, de 2007 para cá, o Brasil reduziu as desigualdades sociais, avançou na inclusão digital da população e na oferta de empregos. Mas não conseguiu fazer os investimentos necessários em saneamento, transportes e energia, ampliar as exportações e aumentar o ritmo de expansão da produtividade industrial e o crescimento da economia.