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CrRMxUpbPHbIZQIkFhRJDando continuidade ao post anterior (clique aqui para acessar) que comentamos sobre a utilização do SWOT (Strength, Weakness, Opportunity and Threat, ou em português: Força, Fraqueza, Oportunidade e Ameaça), através do artigo do Sr. Ruy Flávio de Oliveira, gostaríamos de convidá-los a ler e analisar um artigo que fala sobre o cuidado que devemos ter com a definição das estratégias.

Este artigo foi escrito pelo Sr. Alfredo Passos (http://www.kmchouse.com.br/).

Segue abaixo o artigo na integra.

Estratégias empresariais equivocadas = prejuízo.

Mais do que nunca as empresas precisam acompanhar as tendências do mercado brasileiro, monitorar os movimentos de mercado e da concorrência, além de conhecer profundamente seus clientes e consumidores, para evitar prejuízos financeiros.

Nesta época de publicação dos balanços das empresas é possível acompanhar os resultados das empresas, a partir do que elas mais focam: seus lucros.

E neste momento, não há meia-verdade: lucro ou prejuízo para seus acionistas e insatisfação (atrasos) para seus clientes.

Um bom exemplo é o que está acontecendo em dois importantes setores econômicos brasileiros: construtoras de imóveis residenciais e aviação.

Por um lado, as vendas de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo cresceram 12,8% em fevereiro ante o mesmo mês do ano passado, para 2,109 mil unidades, segundo o Secovi-SP, o Sindicato da Habitação, por outro, empresas como a GAFISA tiveram um prejuízo de 1,1 bilhão de reais. Outras empresas do setor tiveram queda no lucro: Tecnisa, Cyrela, PDG, Brookfield e Even.

As causas para o prejuízo da GAFISA são explicadas pelo crescimento mais rápido do que deveria e não avaliar corretamente os custos e riscos de seus projetos. Ainda a compra da Construtora Tenda em 2008, especializada em apartamentos populares, não rendeu o esperado. Crescimento sem planejamento = prejuízo, segundo Carolina Rangel, Veja, 11/4/2012.

Aviação

Os balanços da TAM e GOL, mostram que juntas estas empresas, tiveram um prejuízo de R$ 1,086 bilhão no ano passado. A participação nas rotas domésticas das duas empresas é de 73,5%, segundo Valor Econômico, 9/4/2012.

Com prejuízo de 751 milhões de reais, a Gol anunciou uma redução de 8% a 10% de sua malha de voos, ou entre 80 e 100 frequências por dia de um total de até 1.150 voos diários que opera, principalmente em horários de baixa demanda. Diante do baixo nível de adesão ao programa de demissão voluntário proposto, a empresa demitiu mais 131 tripulantes, chegando próximo aos 300 profissionais desde o início de 2012, segundo Alberto Komatsu, Valor Econômico, 3/4/2012.

Mas como justificar prejuízos empresariais quando se leva em conta a expansão do setor nos últimos nove anos (mais de três vezes a média internacional, próximo aos 150%). E ainda o crescimento da nova classe média e agora classe D, maior oferta de financiamentos, as pessoas substituindo a viagem de ônibus por avião. A infraestrutura dos aeroportos, agora privatizados, pode ser a responsável pelo prejuízo?

Estratégias equivocadas “lá” e “cá”

Com a mesma estratégia de uma empresa americana, a Gol introduziu no mercado doméstico conceitos que mexeram com as concorrentes: homogeneização da frota, uso das aeronaves por até 14 horas ao dia e vendas concentradas na internet.

Mas a mesma estratégia equivocada utilizada nos Estados Unidos, a guerra de preços, também se mostrou prejudicial para as empresas brasileiras. Segundo a ANAC o preço médio dos bilhetes caiu 9,3% em 2011 e 44,9% nos últimos dez anos.

Quando uma passagem da chamada ponte aérea SP – RJ custa com antecedência 59 reais e sem antecedência 1,200 reais, que estratégia é esta? Por que tanta diferença, as vezes entre 5 dias.

Assim, neste primeiro trimestre de 2012, as ações das líderes da aviação comercial brasileira, foram: demissões e diminuição na frota (em fevereiro, a TAM anunciou que a frota para voos nacionais diminuirá em sete, e não mais em quatro aeronaves, neste ano). Enquanto isso, a Azul pretende receber 20 aeronaves (12 turboélices ATR e oito jatos Embraer), uma expansão de 40% em relação a 2011 e a Avianca, que tem 26 aeronaves, deverá acrescentar cinco A-318 à frota.

Podem ser pontuais estes acontecimentos, mas de forma geral, empresas de todos os setores enfrentam uma maior concorrência e regulação. Estes fatores exigem estratégias empresariais acertadas. E estas estratégias, só podem ser consideradas acertadas se as empresas estiverem acompanhando as tendências do mercado brasileiro, monitoramento os movimentos de mercado e da concorrência, além de conhecer profundamente seus clientes e consumidores. Chega de olhar para dentro da empresa. A hora é olhar para fora (onde está o cliente)!