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Dando continuidade ao post anterior, estamos dando seqüência, apresentando mais um artigo da Janice Garcia Machado.

A primeira pergunta que ouço nas empresas dispostas a implantar quaisquer sistemas de gestão é: “- Por onde começamos?”. Na ansiedade de rapidamente obter os benefícios, muitas vezes são atropeladas etapas significativas da construção do sistema. É preciso saber que especificamente na implantação dos sistemas de gestão para produção de alimentos seguros a “ordem dos fatores altera totalmente o produto”, ou seja, não é possível implantar algumas etapas, sem necessariamente ter já implementado as anteriores.

A resposta da pergunta anterior é tão relativa quanto às teorias de Einstein. Tudo dependerá da cultura empresarial: conhecimento e evolução já adquiridos, tempo que será dedicado e grau de envolvimento das pessoas. No caso das normas para segurança de alimentos, ainda há dois aspecto importantes: adequação da estrutura física e disponibilidade de recursos para essa adequação.

Inicialmente, sempre recomendo fazer um simples diagnóstico dessas questões. Questionários de investigação para certificação podem ser encontrados em vários sites, mas o melhor ainda é o Check List da ANVISA contido na Resolução 275. Embora inicialmente assustador pelo número de requisitos, esse será a informação mais honesta de diagnóstico, pois revelará o que legalmente deveria estar sendo cumprido por todas as empresas da cadeia produtiva de alimentos.

Os passos seguintes, obrigatoriamente nessa ordem, deverão ser:

  1. Estabelecer cultura organizacional fundamentada em Programas de Higiene e Sanitização;
  2. Adequar-se as Boas Práticas Agrícolas, de Fabricação ou Manipulação;
  3. Implantar a Análise dos Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC).

Surpreendentemente, são apenas essas as etapas para a implantação de um sistema de gestão certificado pela norma ISO 22000. A dificuldade normalmente reside na primeira etapa. Infelizmente nossa cultura higiênico-sanitária é de um país subdesenvolvido. Provavelmente a maioria das residências desse nosso Brasil continental não possua as condições mínimas para fazer a limpeza e higiene, tanto pessoal, quanto da estrutura física doméstica. Independentemente das responsabilidades governamentais ou da formação familiar e/ou escolar, a verdade é que esses brasileiros entram no mercado de trabalho desconhecendo conceitos básicos de higiene e apenas repetem em suas empresas aquilo que trouxeram em sua cultura. Dessa forma, estaremos nos próximos artigos abordando cada um desses passos, com informações (dicas) do que fazer para melhor conduzi-los no ambiente empresarial.